Participação de fêmeas nos abates mantém ritmo (em 12 meses)

O ciclo pecuário é frequentemente usado para traçar as expectativas para o mercado do . Como dito em outras ocasiões, ele é definido pelo movimento da oferta de gado para abate, principalmente pela maior ou menor disponibilidade (e participação) de vacas e novilhas nos abates. Por isso a importância em acompanhar os dados de abates.

Abates de fevereiro

Segundo dados do Serviço de Inspeção Federal (SIF), após janeiro apresentar aumentos no volume de animais abatidos, na comparação anual e mensal, em fevereiro foram abatidas 2,2 milhões de cabeças de bovinos, 7,7% menos que em janeiro e 5,7% menos que no mesmo período do ano passado. Vale lembrar, que esses números são preliminares e devem sofrer alterações nas próximas semanas.

Por ora, o número de machos abatidos apresentou uma queda de 7,0% na comparação anual e o de fêmeas recuou 3,9% no mesmo período.

Assim, considerando a participação de fêmeas acumulada em doze meses, essa ficou em 36,3%, praticamente estável quando comparada ao mês anterior, com alta de 0,1 ponto percentual. Em relação a fevereiro de 2024, a alta foi de 0,3 ponto percentual.

Figura 1. Participação de fêmeas nos abates em 12 meses.

Fonte: MAPA / HN AGRO

Expectativa

Vale lembrar que em 2024 a seca prolongada e as queimadas colaboraram para o atraso na recuperação das pastagens e engorda dessas fêmeas, o que pode ser um fator para a ainda crescente participação nos abates no início de 2025. 

Entretanto, para este ano, a expectativa é de que observemos o início de um cenário de retenção de fêmeas, com a valorização do bezerro estimulando a cria e a redução dos abates de vacas e novilhas, assim como a oferta de carne.  

Os abates não devem cair drasticamente, mas devemos observar um início de diminuição. Esse cenário de menor oferta de carne, junto a uma demanda internacional aquecida, deve ajudar a ditar o rumo do mercado. Apesar dos recuos nas últimas semanas e da turbulência recente, a expectativa é de preços firmes para a arroba ao longo de 2025.

* Colaborou Isabella Camargo, analista da HN AGRO.