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Café: O mundo ainda não acabou!

O aguardado “repique 2” nos preços veio e já foi embora!

O nos 2 primeiros pregões da semana chegou a subir +1.445 pontos e a negociar na máxima da semana @ 372,50 centavos de por libra-peso. Aparentemente “stops” de compra foram acionados forçando os ainda “vendidos” nas opções de compra “call*” do vencimento julho-25 nos strikes entre 360-370 centavos de dólar por libra-peso correrem por segurança. Os bons volumes negociados na segunda e na terça feira (aproximadamente +46.000 lotes e +65.000 lotes) refletiram mais uma vez a volatilidade do mercado. De repente o volume diário ao redor dos 25-30 mil lotes pode facilmente dobrar!

O Julho-25 encerrou a semana @ 349,70 centavos de dólar por libra-peso após tocar os +372,50 centavos de dólar por libra-peso até aproximadamente as 12:30 hrs para em seguida “derreter” ate os 338,05 centavos de dólar por libra-peso na sexta-feira (fechamento anterior / máxima / mínima / fechamento atual respectivamente @ 358,05 / 372,50 / 338,05 / 349,70 centavos de dólar por libra-peso). O R$ voltou a valorizar e encerrou @ 5,53 R$/US$.

No pregão da sexta-feira, os “vendidos” nas opções de venda “put*” (que “acordarem comprados” na sexta-feira) foram obrigados a liquidar suas posições e empurraram os preços até 338,05 centavos de dólar por libra-peso. Em seguida novas ordens de compra voltaram ao mercado com o Julho-25 chegando a subir +1.400 pontos das mínimas do dia – com aproximadamente +50 mil lotes negociados!

Na segunda e na terça-feira os fundos + especuladores tentaram jogar o mercado para cima buscando romper a resistência das médias-móveis dos 50 e 100 dias (370 centavos de dólar por libra-peso). Porém, na terça-feira, após romper essas resistências por algumas horas, novas ordens de venda entraram pesado no mercado empurrando as cotações para romper o primeiro suporte na média-móvel dos 9 dias – buscando testar o piso da banda de Bollinger da média-móvel dos 50 dias (@ 330 centavos de dólar por libra-peso).

Após esse suporte nos 330 centavos de dólar por libra-peso está a tão temida média-móvel dos 200 dias (328 centavos de dólar por libra-peso).

O suporte da média-móvel dos 200 dias iniciou em 02 de novembro de 2023 quando NY estava trabalhando ao redor dos 165 centavos de dólar por libra-peso. Se o mercado perder esse suporte próximos objetivos estão nos 300 e nos 240 centavos de dólar por libra-peso.

Com esse risco “iminente” alguns “baixistas de plantão” começaram a “tocar o terror” entre os produtores indicando possível realização do mercado em até -35% até o final do ano 2025. Ora, uma queda tão expressiva dessas colocaria o Dez-25 ao redor dos 220 centavos de dólar por libra-peso (o dezembro-25 encerrou a semana @ 341,00 centavos de dólar por libra-peso). Já estão considerando uma safra 26/27 excelente – contando com “a galinha botando muitos ovos de ouro” – com um cenário “céu de brigadeiro” para a safra 26/27! Um cenário de inverno 25 e 26 sem geadas, uma primavera com chuvas regulares, uma florada “perfeita”, e um verão “normal”.

NY @ 220 centavos de dólar por libra-peso com um diferencial de compra em -50 pontos representa um “bica corrida” tipo 6-7 com 15% de cata ao redor dos 1.250 R$/saca! E novamente abaixo dos 1.000 R$/saca!

Possível? Sim. Provável? No curto prazo ainda creio que não pois:

– O inverno brasileiro começará oficialmente no próximo dia 20 de junho. Então, durante os próximos 90 dias o risco de uma nova massa polar entrar e atingir as principais regiões produtoras nos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais ainda é bem possível;

– Os produtores estão bem capitalizados e irão resistir ao máximo para não perder o piso psicológico dos 2.000 R$/saca – Lembrando que o “diferencial de compra” nas últimas 2 semanas aumentou de -35 para -50/-60 pontos sem motivo aparente. Esse aumento no diferencial de compra representa aproximadamente -200 R$/saca no bolso do produtor!

– Os rendimentos reportados em muitas lavouras estão vindo abaixo do esperado com muitos produtores indicando quebras acima dos 20% das expectativas iniciais. Alguns produtores estão reportando a necessidade em utilizar 600/650 litros para produzir 1 saca de café de 60 kgs (quando o esperado seria entre 400-450 litros / saca de café); E outros indicando quebras acima dos 40%!

– Muitas tradings / cooperativas estão no mercado “spot” pagando 50-70 R$/saca de prêmio para entrega imediata pois estão com compromissos logísticos e comerciais para embarques ainda “grandes” até o final de julho-25. Então a expectativa com “estoques de passagem muito baixos” está se confirmando;

– A Europa vai implementar as novas regras referente as famosas “zonas de desmatamento – EUDR” a partir do dia 01 de janeiro de 2026. Então, creio que novamente o mercado europeu irá antecipar embarques para os meses outubro-novembro-25 pois ninguém sabe como estarão os portos / liberação nas alfandegas;

– O produtor brasileiro que possui as licenças ambientais, os controles que atendem ao “padrão EUDR” precisam ficar “espertos” e cobrar um prêmio sobre seu café!

E um “prêmio bem gordo” – tipo 100/200 R$/saca! Sem o café certificado brasileiro a Europa não terá outra origem para suprir suas necessidades no curto / médio e longo prazo! Creio que “certificado EUDR” deveria valer um prêmio adicional aos certificados atuais “rain forest”… E, novamente, um “prêmio gordo”!

Com base nos cenários acima o Brasil continuará sendo o principal fornecedor de café tanto arábica quanto robusta para a Europa (lembrando que a safra no Vietnam começa em novembro – com muito pouco tempo hábil para o produtor local colher / processar e embarcar o seu café para portos europeus).

Com a intensificação da guerra nesta semana entre Israel x Iran provavelmente a rota via Canal de Suez continuará sendo evitada forçando novamente as exportações do Vietnam e Indonésia a contornarem a África do Sul (Cabo da Boa Esperança). Os fretes nessa rota deverão voltar a aumentar favorecendo novamente o café brasileiro!

Produtor do café robusta: Atenção e monitorem os spreads que estão sendo praticados entre “Brasil x Vietnam”. E “parem” de vender seu café robusta de excelente qualidade abaixo do café arábica tipo “rio”! Enquanto isso as torrefadoras e tradings “agradecem”!

Os fundamentos para os próximos 12 meses seguem justos. O Brasil deverá reduzir as exportações nos próximos 12 meses em -8 milhões de sacas, saindo de 46,00 milhões de sacas para algo ao redor dos 38 milhões de sacas (considerando a produção na safra atual em 60 milhões de sacas e um consumo interno em -22 milhões de sacas).

Então, o produtor precisa ficar atento as oportunidades que o mercado ainda deverá proporcionar ao produtor nos próximos 20-45 dias e se proteger contra a “possível queda dos preços em -35% até o final do ano”. Confirmando a quebra nos rendimentos os preços deverão ter um novo repique nos próximos dias.

O “mundo do café ainda não acabou”!

Porém, se o inverno for tranquilo e, principalmente, se a próxima florada vingar então sim – a próxima safra 26/27 será boa. Muito boa, acima dos 75/80 milhões de sacas! E aí também creio que poderemos ver NY negociando novamente entre 200-240 centavos de dólar por libra-peso e Londres novamente ao redor dos 2.500/3.000 US$/tonelada!

Para o , próximos suportes 329 / 323 / 300 / 260 centavos de dólar por libra-peso e resistências @ 349 / 363 centavos de dólar por libra-peso.

Produtor: como sempre, PROTEJA-SE!

Boa semana a todos!



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