Com a proximidade do Enem 2025, é hora de concentrar os estudos em conteúdos prioritários. Para ajudar nessa escolha, a Folha publica nas próximas semanas, orientações de educadores dos temas que merecem atenção em cada uma das quatro provas objetivas do exame.
Nesta edição, vamos falar de parte de linguagens e códigos, cobrada no primeiro dia da prova, que neste ano será em 9 e 16 de novembro. Tradicionalmente associada à interpretação, a matéria privilegia a análise e a capacidade de argumentação.
A base da prova de linguagens no Enem, segundo Sandro Vimer, coordenador pedagógico do Poliedro Curso Campinas, é a interpretação de texto. O exame busca avaliar como o estudante se apropria das diferentes ferramentas da linguagem, como figuras de linguagem, estratégias argumentativas e a variação linguística.
Entre os principais temas cobrados na área de linguagens no Enem estão:
- Interpretação e semântica: a capacidade de compreender não apenas o sentido literal, mas também as nuances e intenções do autor
- Intertextualidade: a habilidade de identificar as relações entre textos diferentes.
- Gêneros textuais: o reconhecimento das características e funções de diversos tipos de textos, como notícias e artigos de opinião.
- Variação linguística: o entendimento de como a linguagem se adapta a diferentes contextos sociais e culturais.
Vimer ressalta que o exame não exige uma gramática tradicional e rígida. Em vez disso, a prova valoriza o conhecimento da “linguagem coloquial que está se atualizando constantemente”, citando como exemplo uma questão do Enem sobre Pajubá, um dialeto da comunidade LGBTQIA+, que foi usada para avaliar o tema da variação linguística.
Na área de literatura, embora o Enem não tenha uma lista de leituras obrigatórias, o foco principal é para os temas do modernismo e a literatura contemporânea. O exame busca textos que dialoguem com a realidade atual, o que faz com que a literatura brasileira recente seja bastante explorada.
Já as questões de língua estrangeira também são baseadas em interpretação e vocabulário. Apesar do pequeno número de questões, elas são importantes e podem impactar significativamente a nota final.
“O que é importante de pensar, tanto para as línguas estrangeiras quanto para a língua portuguesa, é que o Enem é uma prova longa, com um conjunto de questões extensas e com textos de diferentes gêneros, que envolvem diferentes tipos de situações de comunicação. Então, o estudante também precisa, na sua preparação, adotar uma abordagem mais estratégica, com foco em estratégias de resolução de questões”, afirma Vimer.
“O importante é o estudante conseguir ler e extrair uma informação daquela questão, daquele contexto que está colocado ali,” explica Vimer.
O professor sugere que os estudantes utilizem provas de anos anteriores, preferencialmente dos últimos cinco anos. No entanto, ele aponta que a resolução das questões é apenas o primeiro passo. “A correção precisa ir além disso, muitas vezes, tomar mais tempo do que fazer a própria prova.” Segundo ele, é preciso “qualificar o erro, não só quantificar”.
O que cai mais na prova de linguagens no Enem
A pedido da Folha, o colégio Farias Brito, que atingiu a maior nota do exame entre escolas do país em 2024, apontou os assuntos que mais aparecem no exame. A instituição é parceira do jornal no simulado online do Enem que começa nesta quarta-feira (3).
A análise das questões tem como base as provas aplicadas a partir do novo modelo do Enem desde 2009.
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