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Ensino médio técnico: saiba por que vale a pena fazer – 20/09/2025 – Educação

O número de matrículas de ensino médio profissionalizante no Brasil cresceu quase 7% de 2023 para 2024, de acordo com o último Censo Escolar. O total de alunos passou de 2,4 milhões para 2,5 milhões.

A modalidade de ensino pode ser uma boa opção para aqueles que desejam entrar no mercado de trabalho assim que terminam a formação básica ou para quem quer ter contato ainda no ensino médio com a área em que pretende seguir carreira —como o caso da técnica em enfermagem Gabriela Godoy, 21.

“Estava na dúvida se eu queria medicina, se queria mesmo a área da saúde, então optei por fazer o técnico”, diz Gabriela, formada pelo curso técnico da escola do hospital Albert Einstein.

Além de enfermagem, o hospital oferece a opção do curso técnico administrativo em duas unidades na cidade de São Paulo: na avenida Paulista e na comunidade de Paraisópolis, na zona sul.

Gabriela atualmente trabalha no próprio hospital e decidiu continuar os estudos da graduação na mesma área, também no Einstein. “Existem alguns procedimentos mais invasivos que apenas o enfermeiro pode fazer. E eu senti necessidade de ter mais autonomia.”

Segundo uma pesquisa do Insper, jovens que concluem o ensino médio profissionalizante aumentam em 5,5 pontos percentuais as chances de inserção no mercado formal de trabalho, comparados àqueles que cursaram o ensino médio regular.

O estudo também aponta ganho de 12% na remuneração entre aqueles que cursaram a modalidade.

Antes de ingressar no ensino médio, Igor Kevenn, 23, pensava em conciliar os estudos com o trabalho de jovem aprendiz. Decidiu adiar o plano para cursar o técnico em informática no Instituto Federal de São Paulo, em Birigui (a 521 km de São Paulo).

“Vi a oportunidade de ter um curso de formação, um diploma propriamente dito, em uma área que eu já tinha interesse”, diz.

Não demorou muito para que ele conseguisse um emprego na área depois de formado. “Durante o processo seletivo do meu primeiro emprego, já estava à frente de muitos candidatos justamente por ter formação na área em que eu ia trabalhar.”

Os institutos federais, com unidades espalhadas por todo país, são referência no campo da educação científica e tecnológica.

“São instituições de altíssima qualidade, com professores capacitados e bem remunerados, e que recebem importantes investimentos do governo”, afirma Cristiane Megid, diretora de educação básica e técnica da Unicamp.

Além dos cursos profissionalizantes, os institutos federais e as escolas técnicas vinculadas às universidades públicas oferecem a oportunidade de os alunos desenvolverem pesquisas e projetos científicos ainda no ensino médio.

No Rio de Janeiro, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, vinculada à Fiocruz, dispõe de cursos técnicos integrados ao ensino médio na área de análises clínicas e biotecnologia.

Em São Paulo, as ETECs (Escolas Técnicas Estaduais) oferecem mais de 80 opções de cursos técnicos gratuitos, que vão de áreas tradicionais, como administração e edificações, até setores em alta, como desenvolvimento de sistemas e inteligência artificial.

O Senai também oferece diferentes possibilidades de cursos técnicos integrados à formação do ensino médio do Sesi, com unidades em todos os estados e no Distrito Federal.

Há ainda boas opções em instituições privadas. O Colégio Engenheiro Salvador Arena, em São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo, tem cursos de mecânica e informática. O ensino é totalmente gratuito, custeado pela Fundação Salvador Arena.

A Fundação Bradesco mantém o funcionamento de nove escolas de ensino médio integrado com cursos técnicos em administração, agropecuária, desenvolvimento de sistemas e eletrônica. Em São Paulo, há duas unidades em Osasco e uma em Campinas.

As demais unidades estão espalhadas pelo Brasil, em Salvador (BA), Manaus (AM), Ceilândia (DF), Gravataí (RS), Bodoquena (MS) e Canuanã (TO).

Além disso, escolas mantidas pela fundação em Garanhuns (PE), Feira de Santana (BA) e Rosário do Sul (RS) possuem a opção do curso técnico subsequente, ou seja, o aluno inicia formação profissionalizante após a conclusão do ensino médio. Tampouco há cobrança de mensalidade nas unidades.

Segundo dados do Censo Escolar 2024, a área de gestão de negócios concentra a maior parte (27%) das matrículas de ensino médio profissionalizante no país, somando instituições públicas e privadas. Em seguida, estão as áreas de saúde e ambiente (25%) e a de informação e comunicação (16%).

De acordo com Diogo Jamra, gerente de articulação da Fundação Itaú Educação e Trabalho, esses eixos de formação têm apresentado boas oportunidades no mercado de trabalho. “A área do agro também tem uma empregabilidade muito boa e escassez de mão de obra, assim como os técnicos ligados à indústria.”

No momento de escolher o curso técnico, especialistas recomendam que os jovens tenham um olhar estratégico no desenvolvimento econômico do território onde vivem e no projeto de vida que pretendem cursar.

“Não adianta fazer um curso de agronomia no ABC paulista, a não ser que o estudante tenha a possibilidade de se mudar depois da formação”, afirma Jamra. “Mas também é importante saber que essa formação não é definitiva e há possibilidade de seguir outros rumos no ensino superior.”

Daniel Ferreira Rosa, 20, é recreador e trabalha em uma empresa de eventos de formatura. Ele cursou o ensino médio integrado ao técnico em lazer no Instituto Federal de Avaré (a 277km da capital paulista), e hoje faz graduação em letras, na mesma instituição.

“Era uma outra área que eu já gostava e decidi engatar logo nos estudos para não parar de estudar”, diz. “E ter feito o técnico me possibilita trabalhar enquanto termino a faculdade.”

O Catálogo Nacional de Cursos Técnicos do Ensino Médio, disponibilizado pelo Ministério da Educação, permite consultar as modalidades de cursos existentes em todo país e as instituições ofertantes.

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