São Paulo
Cores vibrantes, preto e branco, tecidos e texturas variados e cortes que vão do volumoso à alfaiataria preencheram o tapete vermelho do 8º Prêmio Sim à Igualdade Racial, promovido pelo ID_BR (Instituto Identidades do Brasil). O evento, gravado em 7 de maio no Rio de Janeiro, será exibido pela Globo neste domingo (25), após o Fantástico.
A premiação reuniu nomes como Belo, Os Garotin, Sandra Sá e Gaby Amarantos em noite de celebração à diversidade brasileira, e premiou personalidades da cultura e da arte, empresários e iniciativas cujo trabalho contribui com a promoção da igualdade racial no Brasil. Confira aqui a lista de premiados.
Além dos figurinos dos artistas que se apresentaram, os looks de convidados também de destacaram pela personalidade que carregavam. Cocares, penas, búzios, prata, dourado, paetê, crochê, black, tranças e dreads se misturaram entre as produções de moda.
Luana Génot, CEO e fundadora do ID_BR, tinha como ponto de destaque o penteado, inspirado nas coroas de povos africanos do Togo e do Benin. “Vim com branco de Oxalá para abrir caminhos, eu e o Tom fazemos a abertura do prêmio e depois voltamos para encerrar. A coroa representa essa celebração que a gente está fazendo aqui”, afirmou ao F5.
Ana Paula Xongani, 36, apresentadora e criadora de conteúdo digital, montou seu look inspirada na ancestralidade. “Não tinha representatividade maior do homenagear minha ancestral viva, minha mãe. Escolhi uma saia de crochê feita por ela. Ao mesmo tempo, o prêmio merece elementos de realiza. Por isso, coloquei esse top ombro a ombro e os búzios nas joias e na tornozeleira.” Segundo ela, o búzio foi a primeira moeda de troca do Brasil. “Representa poder e prosperidade.”
O dandismo negro, estética ligada à afirmação da identidade e do orgulho negro ainda nos tempos coloniais, também pareceu ter inspirado os convidados. Dias antes, este havia sido o tema do Met Gala, realizado em Nova York. O quarteto formado pelo comediante Felipe Ferreira, os atores e humoristas Julito Oliveira e Leandro Austin, e o diretor e cineasta Rodrigo Felha, trazia elementos de alfaiataria, estética periférica e gala como inspiração de seus looks.
A influenciadora digital e empresária Ana Justino, 33, se inspirou no “Carisma”, tema da premiação. Ela disse que tinha o objetivo ser vista e lembrada. “Pensei que esse vestido vermelho ia mostrar meu carisma. Gosto muito de peças diferentes, que façam com que eu não comum no ambiente em que estou. Sendo uma mulher preta, careca, já não sou, mas gosto dessa ousadia”, disse.
O Pajé Nato Tupinambá, 53, artesão no baixo Tapajós, em Santarém (Pará) participou do evento vestido de um manto sagrado, tradicionalmente usado durante rituais. Ele contou que foi convidado a usar o traje no evento. Perguntado estava confortável com o pedido, respondeu que sim: ” Essa vestimenta representa a nossa força. O Brasil é diversificado de cultura, e precisamos divulgar mais a nossa ancestralidade. Me sinto feliz de estar aqui”, falou.
Empresária, palestrante e curadora do livro “Seja Potência Negra”, Luiza Mandela, 39, escolheu um afro e glamouroso. “Vim com esse vestido que é uma criação minha”, contou. Para a confecção da peça, ela comprou o tecido, desenhou o modelo e mandou fazer.
Uma das atrações da noite, a rapper e MC Maria Preta, 27, quis homenagear sua origem Tupi Guarani. O figurino foi pensado com a ajuda de estilistas para representar a força da ancestralidade originária e sua própria personalidade, a partir de elementos estruturados e justos, como a saia, e as cores vermelho e dourado.
Contrastando com suas letras fortes, Djonga passou pelo tapete vermelho com uma camisa Tie-dye em tons pastel. A técnica artesanal de tingimento de tecidos cria padrões únicos e coloridos. À reportagem, o artista falou sobre participar de uma festa que celebra a negritude.
A repórter viajou a convite do ID_BR.
















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