Lar Cultura Melhores do Ano tem SBT, MST, negritude e impacto na Globo – 16/12/2024 – Rede Social
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Melhores do Ano tem SBT, MST, negritude e impacto na Globo – 16/12/2024 – Rede Social

O Domingão do Huck começou com “Aquarela do Brasil” entoada pela rainha do Axé (Ivete Sangalo), pela estrela maior do sertanejo feminino (Simone Mendes) e por um ícone do funk e hip hop (Gloria Groove), concorrentes no especial Melhores do Ano da Rede Globo.

E o programa comandado por Luciano Huck neste domingo (15) terminou com Fábio Junior, após momento histórico em que SBT e Globo fizeram transmissão conjunta para homenagear Silvio Santos. Com direito a aviãozinho de dinheiro voando sobre a plateia para reverenciar o “homem do baú da felicidade”.

Entre o público, ao lado de representantes das amigas de trabalho do maior apresentador popular da tevê brasileira, lá estavam membros da família Marinho, proprietária da Globo, aplaudindo Patrícia Abravanel, herdeira do SBT, no palco da emissora concorrente.

Não parou por aí o “caldeirão” do Huck, exibido no horário mais importante da TV aberta, em um programa que refletiu ainda as enormes transformações no meio de comunicação mais popular do país até o advento da internet.

Como sempre, coube ao humorista Paulo Vieira e sua verve habitual pontuar a atração com cutucadas certeiras, conforme o script.

“Esse tanto de estrela aqui não quer dizer nada. Um general tem quatro estrelas e foi preso do mesmo jeito”, disse o humorista, sobre a prisão de Braga Neto e a constelação de astros globais sentada à frente.

Uma plateia estrelada e cada vez mais com a cara do Brasil e da audiência da líder na TV aberta, que precisou se adaptar à realidade da concorrência do streaming, do TikTok e do YouTube.

“A Globo tá muito preta”, prosseguiu o apresentador negro, sobre o fato inédito de três novelas da emissora carioca serem protagonizadas por negras.

“A Globo tá tão negona que está importando loira do SBT”, alfinetou, sobre a contratação de Eliana pela Vênus Platinada.

Uma negritude refletida na premiação de Juan Paiva, duplamente indicado entre os Melhores do Ano, como ator de série (Justiça 2) e de novela (Renascer).

Com troféu em mãos, o jovem revelado pelo “Nós do Morro” mandou regado para os moleques favelados como ele. “Pretinhos da favela, aconteceu pra mim, vai acontecer pra vocês também.”

A potência que vem dos morros e das periferias também foi representada pela criadora de conteúdo digital Samanta Alves, diretamente do subúrbio de Madureira e com o aval de seus 2,8 milhões de seguidores no Instagram. Fez a cobertura do especial da Globo de Havaianas nos pés.

De smoking preto, Hugo Gloss e seus 21,4 milhões de seguidores na “Gloss News”, plataforma de informação no Instagram, entrevistava estrelas do jornalismo da Globo, como William Bonner, o apresentador do “Jornal Nacional“, com seus 2,1 milhões de seguidores na mesma rede social.

Uma comparação necessária a partir da régua de popularidade no século 21, com o fenômeno dos influenciadores digitais e das novas mídias.

No meio disso tudo, lá estavam empreendedores sociais para serem homenageados no Inspiração, motivo da minha presença entre os convidados como uma das curadoras do especial que bebe na fonte do Prêmio Empreendedor Social, realizado pela Folha e pela Fundação Schwab, do qual sou editora.

“Invertemos a lógica. É hora de o elenco da Globo aplaudir aqueles que estão transformando suas comunidades”, disse Huck.

É momento de dar visibilidade a brasileiros que são agentes de mudanças em meio à emergência climática, violência e desigualdades.

Letícia Colin apresentou a primeira homenageada. “Nenhuma mãe deveria enterrar um filho. Neide Silva viu seu filho ser morto aos 21 anos”, relatou a atriz sobre a baiana fundadora do Vida Corrida.

A ONG incentiva moradores do Capão Redondo, na Zona Sul de São Paulo a correr atrás dos seus sonhos, literal e metaforicamente.

“Há 50 anos eu corro”, disse Neide, duas vezes impactada pela roleta da violência, tendo também enterrado o marido. “Eu poderia ser vítima ou protagonista da minha história”, disse ela, sobre ter escolhido a segunda opção, “fazendo mudança social com os pés e o coração”.

Ao deixar o palco, Neide e Déa Lúcia, a mãe-celebridade de Paulo Gustavo, trocaram um abraço emocionado.

A matriarca que virou atração do Domingão do Huck depois da perda trágica do filho para a Covid-19 se emocionou e também fez o público rir ao apresentar a categoria humorista do ano, vencida por Paulo Vieira.

No segundo bloco do programa foi a vez de Ivete Sangalo apresentar outro homenageado do Inspiração: padre Marialdo, de Porto Alegre (RS), à frente da Amparo Santa Cruz, instituição que fez a diferença no suporte às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. “Voluntários que nos encheram de esperança”, disse a cantora.

“Uma enchente tira o seu chão”, pontuou o padre no palco do Domingão, sobre a experiência de abrigar 200 pessoas em meio à tragédia e continuar apoiando a reconstrução da vida de gaúchos que perderam tudo.

Os efeitos das mudanças climáticas se fizeram sentir também no trabalho do Coronel Ângelo Rabelo em um Pantanal em chamas.

“Um bioma ameaçado que foi devastado em 15%”, informou William Bonner, ao apresentar o terceiro e último homenageado do Inspiração 2024. “Que triunfem heróis como o coronel para evitar que catástrofes como essas aconteçam”, conclui o apresentador do JN.

Em 2002, o militar fundou o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), que desenvolve programas voltados à prevenção de incêndios e à criação de corredores de biodiversidade, além de promover o desenvolvimento em comunidades e pesquisas.

O coronel atua ao lado da mulher, a bailarina Márcia Rolon, finalista do Prêmio Empreendedor Social 2010 pelo seu trabalho no Instituto Homem Pantaneiro e na Escola de Artes Moinho Cultural.

“Sou guardião do Pantanal há 40 anos”, afirmou ele, lembrando que o compromisso de preservar é coletivo. “Somos todos devedores dessas águas”, disse, tomando emprestado as palavras do poeta Manoel de Barros.

A festa contou com o brilho de estrelas de primeira grandeza da Globo como Andrea Beltrão, melhor atriz de novela (“No Rancho Fundo”), Chay Suede (“Mania de Você”) e Marcos Palmeira, do elenco da melhor novela do ano (“Renascer”.)

No palco, Palmeira, um agroecologista de carteirinha, ressaltou o fato de “poder estar na Globo em 2024 contando essa história da Bahia, do pequeno agricultor, que botou o MST no horário das nove”.

Sinal desses novos tempos. “Vou trabalhar até o último dia da minha vida para que seja brega e feio não amar o Brasil. A gente precisa amar esse país, nossa cultura e nossa gente”, falou sério Paulo Vieira, ao receber o troféu de melhor humorista do ano.

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