Na reta final do Enem, resolver provas antigas é uma das estratégias mais usadas pelos candidatos. O treino ajuda o estudante a se familiarizar com a linguagem, a estrutura e o tempo do exame. Mas uma dúvida recorrente aparece: existe uma edição considerada a mais difícil para treinar?
Entre os estudantes, sim. A de 2018 virou “lenda” em comunidades online. Muitos dizem que ela foi mais difícil por causa da parte de exatas e recorrem a tabelas que circulam em fóruns e redes sociais, que classificam as edições de “superfácil” a “superdifícil”.
Para Lucas Vieira, gerente pedagógico de pré-vestibular do Elite Rede de Ensino, a percepção de dificuldade é mais subjetiva do que real. O tema da redação, sobre manipulação de dados, surpreendeu por exigir repertório pouco trabalhado em sala de aula.
Além disso, questões de matemática pediram uma leitura atenta e uma interpretação sofisticada. “Isso criou uma aura de prova difícil, mas tecnicamente não dá para afirmar que foi a mais exigente”, afirma o educador.
As provas daquele ano foram aplicadas em 4 e 11 de novembro. Dos 5,5 milhões de inscritos, 4,1 milhões compareceram aos dois dias.
Apesar da fama, as notas médias subiram em 3 das 4 áreas objetivas em relação a 2017. O maior salto foi em ciências humanas, que passou de 519,3 para 569,2 pontos. Em linguagens, a média foi de 510,2 para 526,9, e em matemática, de 518,5 para 535,5. Apenas ciências da natureza registrou queda, de 510,6 para 493,8.
Na avaliação de Vieira, a edição de 2015 apresentou uma prova de matemática mais conteudista e considerada mais complexa. Segundo ele, cada edição precisa ser analisada por área de conhecimento, já que equilibra de forma diferente os conteúdos. Pesam fatores como a recorrência de temas, a presença de assuntos inéditos, o peso das subáreas e o nível de habilidade cognitiva exigido.
Outros elementos influenciam a percepção dos alunos. O segundo dia do exame, dedicado a matemática e ciências da natureza, é tradicionalmente o mais temido. O estilo do Enem, com textos longos, gráficos e média de três minutos por questão, também aumenta o cansaço. Vieira lembra que estudantes de hoje enfrentam mais dificuldade de concentração em provas extensas, o que aumenta a sensação de que o exame ficou mais pesado.
Na preparação, ele recomenda priorizar as cinco últimas edições, para se acostumar ao estilo das questões e às recorrências de conteúdo. Resolver provas desde 2009 pode ser útil, mas, segundo Vieira, “um aluno que domina a matriz de referência e sabe administrar o tempo está menos sujeito a surpresas”.
A seguir, veja se você acerta questões do Enem 2018 e 2015.
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