O tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), aplicado no domingo (9), foi “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”. A proposta levou os candidatos a refletirem sobre como o país encara esse processo social e demográfico e a importância de repensar políticas públicas voltadas ao cuidado da população idosa.
Em sua cobertura jornalística, a Folha já abordou as diferentes perspectivas do envelhecimento. Mais do que discutir a idade avançada em si, reportagens e artigos consideram os desafios sociais, econômicos e estruturais que acompanham a transformação da população brasileira.
Segundo projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os brasileiros com 60 anos ou mais devem representar quase 38% da população em 2070 —isso representa um salto em relação aos 10,9% do total de habitantes nesta faixa etária, de acordo como Censo 2022.
O dado mostra a rápida transformação demográfica do Brasil e aponta para a necessidade de políticas de adaptação para essa população nas próximas décadas. Especialistas ouvidos pela Folha ressaltam que o envelhecimento populacional impacta diretamente áreas importantes para o desenvolvimento e o futuro do país.
O planejamento financeiro e previdenciário é um dos pilares para garantir qualidade de vida na terceira. As discussões sobre o futuro da previdência social e das regras trabalhistas permanecem em pauta.
Recentemente, operações contra fraudes no INSS, que investigam descontos irregulares em aposentadorias, reforçam a urgência de aprimorar a gestão e a transparência do sistema.
Além disso, outras discussões têm ampliado o debate sobre o futuro da Previdência Social brasileira, como a da “pejotização”, modelo de trabalho em que profissionais atuam como PJ (pessoa jurídica) em vez da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Com essa prática, o volume de contribuições ao INSS se reduz e contribui para o aumento do déficit nas contas públicas. Diante desse cenário, a sustentabilidade e o equilíbrio da Previdência passam a ser colocados em xeque.
Além dos impactos econômicos, o tema do envelhecimento também está presente na cobertura da Folha na editoria de Saúde. As reportagens apresentam desde hábitos e práticas que contribuem para uma velhice ativa até estudos e pesquisas sobre doenças que afetam a população idosa.
A discussão sobre o envelhecimento também se estende a editoria Todas, iniciativa da Folha que amplia o conteúdo voltado às mulheres. Nesse contexto, o tema é tratado como parte da trajetória feminina, com foco nas questões e transformações sociais e culturais para essa faixa etária.
As discussões sobre o envelhecimento também ganharam espaço em diferentes formatos. No programa “Como é que é?“, no canal da Folha no YouTube, o tema foi abordado a partir da explicação sobre a diferença entre idadismo e etarismo. Esses conceitos que ajudam a compreender as formas de preconceito e discriminação enfrentradas por pessoas idosas.
No podcast “Modo de Viver”, o tema do envelhecimento foi apresentado sob a perspectiva prática. O episódio “Tem receita para envelhecer bem?” discutiu como se preparar para essa etapa da vida, tanto pelos cuidados físicos quanto os aspectos emocionais desse processo.
Além das perspectivas apresentadas nas diferentes editorias do jornal, o tema da redação do Enem 2025 também foi antecipado em dois eixos na série de texto do Folha Estudantes que orientaram as apostas sobre possíveis temas deste ano.
Um dos eixos apresentados tratou de autismo, capacitismo e diversidade. Nesse contexto, o professor Sousa Nunes, do colégio Farias Brito, explicou que o Enem tem buscado dar voz a grupos historicamente ignorados —como pessoas com deficiência, povos tradicionais, mulheres, população negra, idosos e comunidades LGBTQIA+.
Os temas relacionados a esse eixo costumam reunir três problemas da realidade brasileira: violência, vulnerabilidade e ausência de políticas públicas.
O outro eixo relacionado foi o de trabalho. Em 2024, a discussão sobre a jornada de trabalho ganhou força, a partir da proposta de extinguir a escala 6×1.
Esse debate se insere em um panorama mais amplo que conecta trabalho e economia. Com isso, a aceleração da transformação digital tem mudado o perfil das profissões e exigido requalificação constante dos trabalhadores. Ao mesmo tempo, o envelhecimento da população pressiona o sistema previdenciário.
















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