Neste sábado (24) é comemorado o Dia do Vestibulando, data dedicada aos milhares de jovens que estão se preparando para ingressar no ensino superior. Entre os cursos mais desejados, medicina se destaca pela alta concorrência, especialmente nas universidades públicas.
Na Fuvest de 2025, por exemplo, a disputa foi de 96,5 candidatos por vaga, com 23.556 inscritos para apenas 244 vagas distribuídas entre os campi da USP em São Paulo, Bauru e Ribeirão Preto. Já na Unesp, o curso também liderou em procura. No vestibular de 2025, o campus de Botucatu registrou 21.159 inscritos para 81 vagas, o que representa uma média de 261,2 candidatos por vaga.
As instituições públicas de ensino superior também estão entre as melhores do país para a graduação em medicina. USP, Unicamp e Unifesp ocupam as primeiras posições, segundo o RUF (Ranking Universitário Folha).
Medicina também é o curso mais buscado na internet por aqui, seguido por direito, psicologia, enfermagem e biologia, de acordo com dados do Google Trends dos últimos cinco anos.
Estudantes aprovados na área, que enfrentaram vestibulares concorridos, afirmam que não existe fórmula mágica para a aprovação. A rotina de estudos também não precisa ser exaustiva e o ideal é equilibrar o tempo dedicado às aulas com momentos de lazer. A seguir, veja orientações para se preparar para as provas.
Priorize a prática de exercícios
Para Juliana Panão, 23, estudante de medicina, focar totalmente a resolução de exercícios e simulados foi um grande diferencial. Após quatro anos de cursinho, ela conquistou uma bolsa integral do Prouni (Programa Universidade para Todos) e hoje está no segundo ano na Universidade de Mogi das Cruzes.
Ela conta que, no início do cursinho, sua rotina era intensa —assistia a todas as aulas e passava o dia estudando. No terceiro ano, porém, passou a priorizar listas de exercícios, especialmente nas matérias em que tinha mais dificuldade. Também recorria às monitorias do cursinho para entender melhor onde estava errando.
Mais do que identificar respostas certas ou erradas, é essencial compreender o processo de resolução. “Esse método permite ao aluno perceber lacunas no conteúdo e conceitos que ainda não estão claros”, afirma Sandro Valentini Junior, coordenador pedagógico do Poliedro Curso de Campinas.
Laura Paschoal, 18, aprovada em segundo lugar em medicina na Unesp e em outras universidades públicas como Unicamp, UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e na USP, onde está no primeiro ano, usava flashcards para memorizar conteúdos que costumava esquecer, como fórmulas de matemática. Segundo ela, resolver exercícios é uma forma de fixar o aprendizado.
Foque nas áreas em que tem mais dificuldade
Algumas matérias podem ter mais peso na nota final a depender da instituição. Na segunda fase da Fuvest, por exemplo, terás 12 questões discursivas de química, física, geografia e biologia.
Por isso, vale a pena dedicar mais tempo às disciplinas centrais do vestibular que deseja passar ou àquelas em que você sente mais dificuldade. Sandro sugere reservar pelo menos uma hora para cada matéria, aumentando esse tempo para uma hora e meia ou duas nas mais desafiadoras.
Outra dica importante é evitar o acúmulo de conteúdo. Laura, por sua vez, estudava no mesmo dia tudo o que tinha visto em aula. O que aprendia de manhã guiava seus estudos à tarde. E quando alguma matéria acabava ficando para trás, ela deixava para revisar no sábado ou no domingo.
Conheça bem as provas que vai prestar
Entenda as diferenças de estrutura e modelo de questões entre as bancas. Faça muitos simulados e resolva provas antigas dos vestibulares que pretende passar, para se adaptar ao ritmo e ao formato de cada uma.
Laura, por exemplo, estudava geografia todos os dias porque tinha dificuldade na matéria e sabia que ela seria cobrada na segunda fase da Fuvest. Para essa mesma prova, também dedicava tempo à leitura das obras literárias exigidas e ao estudo dos estilos de redação.
Não negligencie a redação
Em muitos vestibulares, ela tem um peso significativo na nota final. No Enem pode valer até 1.000 pontos e representa 20% do resultado total.
Sandro destaca a importância de desenvolver um repertório crítico. “O estudante pensa que precisa ser erudito e ser uma enciclopédia ambulante, mas não é assim. A ideia é que o aluno desenvolva uma habilidade leitora e observadora do mundo que vive, compreendendo as relações entre esse mundo e o tema proposto na redação”, afirma.
Outro ponto essencial é a prática regular. Sandro recomenda que o aluno escreva textos toda semana, criando sua própria maneira de argumentar. Laura, por exemplo, escrevia uma redação por semana e alternava os estilos exigidos pelos diferentes vestibulares.
Cuide da saúde mental
Durante a preparação para o vestibular, especialmente para cursos concorridos como medicina, é essencial garantir o bem-estar físico e emocional. A ansiedade e a angústia são naturais nesse processo, mas precisam ser observadas e acolhidas.
Buscar apoio psicológico pode fazer toda a diferença. Tanto Laura quanto Juliana procuraram esse suporte durante a preparação. Conversar com terapeutas, familiares ou amigos sobre medos e inseguranças ajudaram a aliviar a pressão.
Juliana reforça que é importante ser flexível. Se surgir uma boa oportunidade, como uma bolsa em uma faculdade particular, vale considerar, mesmo que não seja a opção dos sonhos. “A gente não tem controle sobre tudo, e o importante é seguir em frente com o que é possível no momento”, afirma.
Gerencie as distrações
Juliana também aprendeu a lidar com as redes sociais, que tomavam muito do seu tempo. Ela passou a limitar o uso com aplicativos que bloqueavam o acesso sempre que tentava entrar fora do horário planejado.
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