O estado de São Paulo registrou 18 casos confirmados de intoxicação por metanol e descartou 38 suspeitas após análises clínicas, segundo dados desta terça-feira (7). Até esta segunda-feira (6), o estado contabilizava 15 casos confirmados.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, há 176 notificações e 10 mortes, sendo três confirmadas e sete em investigação.
Os dados do Brasil não foram atualizados nesta terça. A expectativa é de que o Ministério da Saúde divulgue novo boletim nesta quarta-feira (8).
Na segunda-feira (6), a polícia civil apreendeu mais de 100 mil garrafas vazias em um galpão clandestino na zona leste de São Paulo, parte de uma ação contra a adulteração de bebidas alcoólicas.
As bebidas enlatadas, por outro lado, ainda não foram vinculadas a nenhum caso confirmado de intoxicação —embora não haja informações detalhadas sobre todos os produtos consumidos antes do surgimento dos sintomas.
A Folha consultou o coordenador da pós-graduação em engenharia de embalagem do Instituto Mauá de Tecnologia, Antonio Cabral, sobre a falsificação de latas de alumínio e ele afirma que é consideravelmente mais difícil e cara do que a de garrafas de vidro.
Ele explica que o processo exige equipamentos específicos e de alto custo, além de conhecimento técnico avançado para realizar o fechamento adequado das embalagens. “Não é qualquer um que consegue piratear e falsificar latas de alumínio. É necessário um maquinário essencial, caro, que demanda um aprendizado técnico aprofundado”.
A situação tem afetado bares e restaurantes em São Paulo. Uma pesquisa da Abrasel-SP mostrou que 26% tiveram queda no faturamento no último fim de semana. O impacto foi maior entre os que dependem da venda de destilados.
Por outro lado, 74% dos estabelecimentos mantiveram estabilidade, o que, segundo a entidade, mostra confiança do público. Bares que comunicaram medidas de segurança com clareza se saíram melhor: 80% deles mantiveram ou aumentaram o faturamento.
A Abrasel lançou uma cartilha gratuita com orientações para a compra e descarte seguro de bebidas alcoólicas, visando evitar o reaproveitamento de garrafas por falsificadores.
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