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Gutierres Fernandes sobre Bolsonaro: Igreja deve manter postura

O teólogo e escritor Gutierres Fernandes, especialista em política, comentou a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que a Igreja precisa manter sua posição.

Para Gutierres, do ponto de vista eleitoral, a acusação não deve alterar significativamente o cenário: “O bolsonarismo, como todo movimento populista, conta com um grupo de eleitores que vota independentemente de qualquer circunstância. Existe um compromisso quase que de fé com o candidato”, disse.

Ele ponderou que, embora não tenha expertise jurídica para avaliar a força da denúncia, lembra que o próprio Bolsonaro, em declarações anteriores, admitiu ter recebido propostas para “virar a mesa”, o que torna a acusação de tentativa de golpe um tema de extrema seriedade: “Golpe de Estado não é brincadeira; trata-se da destruição do Estado, da Constituição e do tecido social”, destacou, alertando sobre os riscos de comprometer a justiça e a legalidade do país.

Fernandes observa que países com históricos de golpes e contragolpes tendem a não se desenvolver e frequentemente sofrem retrocessos, já que a estabilidade política e a preservação das instituições são essenciais para o progresso de uma nação. Para ele, os pilares que sustentam a prosperidade dos países são a democracia liberal, o Estado de Direito e o império das leis.

No entanto, o teólogo também destaca um ponto crucial sobre a relação entre a Igreja e a política. Para ele, sempre que a igreja se associa diretamente a um candidato, todos os erros dessa figura política acabam recaindo sobre a própria Igreja.

Ele alerta para os perigos da instrumentalização da fé, que transforma a comunidade cristã em refém de escândalos e incoerências de figuras públicas que muitas vezes não representam genuinamente os valores do Evangelho, mas utilizam a religião para fins eleitorais.

Em relação à relação entre Igreja e Estado, Fernandes enfatiza que a união entre essas duas esferas sempre foi prejudicial ao longo da história. Para ele, a separação entre Igreja e Estado é essencial para preservar a autoridade moral da Igreja e seu testemunho genuíno. Ele relembra que esse princípio, que foi central na formação das democracias modernas, especialmente entre os antigos batistas, não implica em hostilidade à fé, mas sim na preservação da liberdade religiosa e na integridade da Igreja.

“Ao longo da história, sempre que a igreja se fundiu ao Estado, sua missão foi comprometida”, afirmou Fernandes à revista Comunhão, defendendo que a Igreja não depende do favor de governantes ou da política para cumprir sua missão.



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